Quando me calo, para ouvir em mim
a voz de Deus,
que os Anjos me reportam,
escuto sons divinos e sem fim,
seja em horas solares
ou horas mortas.
Haydn, Haendel, Mozart e, de Schubert,
a obra-prima da Avé Maria-,
da Missa, à Oratória, ao Requiem,
à sublime Paixão Segundo S.Mateus,
com todas a minha alma se alumia,
por se sentir na presença de Deus.
Se falo Lhe falo das minhas alegrias,
são os sinos
que eu ouço repicar.
Ouço-os também se, nas minhas angústias,
dobram,
e sinto Deus que me vem ajudar.
Citaras, harpas, orquestras sinfónicas,
que elevam até Deus quem os escuta,
a voz emocionada do salmista,
o antigo cantochão,
é tudo a mesma luta:
a sós connosco ou nas liturgias,
são pontes para o Céu
e fazem-nos sentir, com mais ardor,
sermos filhos de Deus,
amados do Senhor.
Clementina Relvas