Quando andava pelos meus trinta e cinco anos e porque sofria de incómodas dores nas omoplatas, pensava muitas vezes que se Deus me permitisse viver durante mais sete ou oito, para acompanhar a fase mais delicada do crescimento dos meus bebés, seria uma felizarda.
Os anos foram passando, os meus filhos tornaram-se adultos e, quando já me aproximava dos sessenta, declarou-se-me, sem aviso prévio, um carcinoma do ovário. Fui submetida a uma histerectomia, a várias sessões de quimioterapia muito violentas e, feitos os exames adequados, foi-me dito que todo o mal tinha sido erradicado.
Apesar disso, fui seguida, por mais de quinze anos, no IPO de Lisboa, sempre com diagnóstico favorável e boa qualidade de vida. Até que um dia, e porque o médico que então me acompanhava, se ia reformar, me submeteram a exames mais rigorosos e vieram a descobrir que o carcinoma tivera uma recidiva e, sem que eu sentisse qualquer sintoma, já me tinha secado um uréter e um rim. Duas operações em dois anos seguidos sem que o tumor pudesse ser erradicado, outras, várias, quimioterapias e agora, passados mais de cinco anos, continuo a fazer uma vida normal para a minha idade.
Depois da primeira operação tive uma linda netinha que ajudei a criar, mais tarde um netinho que ainda não fez quatro anos, celebrei as minhas bodas de oiro de casada, continuei a viajar, mantive-me nos meus grupos de oração e de formação religiosa e aqui estou eu, ao computador, não tanto para dar o testemunho de que o cancro é, muitas vezes, uma doença crónica com a qual se pode viver e frequentemente curável, mas para reconhecer, com muita gratidão, que o tempo de Deus não é o nosso tempo. Ele virá, quando for da Sua Vontade, mas sem que eu faça a menor ideia do quando ou do como.
Entretanto, todos os dias Lhe agradeço o dom da vida, procurando corresponder aos Seus planos, planos de Pai clemente e compassivo, sempre ao nosso lado para nos ajudar.
Quando andava pelos meus trinta e cinco anos e porque sofria de incómodas dores nas omoplatas, pensava muitas vezes que se Deus me permitisse viver durante mais sete ou oito, para acompanhar a fase mais delicada do crescimento dos meus bebés, seria uma felizarda.
Os anos foram passando, os meus filhos tornaram-se adultos e, quando já me aproximava dos sessenta, declarou-se-me, sem aviso prévio, um carcinoma do ovário. Fui submetida a uma histerectomia, a várias sessões de quimioterapia muito violentas e, feitos os exames adequados, foi-me dito que todo o mal tinha sido erradicado.
Apesar disso, fui seguida, por mais de quinze anos, no IPO de Lisboa, sempre com diagnóstico favorável e boa qualidade de vida. Até que um dia, e porque o médico que então me acompanhava, se ia reformar, me submeteram a exames mais rigorosos e vieram a descobrir que o carcinoma tivera uma recidiva e, sem que eu sentisse qualquer sintoma, já me tinha secado um uréter e um rim. Duas operações em dois anos seguidos sem que o tumor pudesse ser erradicado, outras, várias, quimioterapias e agora, passados mais de cinco anos, continuo a fazer uma vida normal para a minha idade.
Depois da primeira operação tive uma linda netinha que ajudei a criar, mais tarde um netinho que ainda não fez quatro anos, celebrei as minhas bodas de oiro de casada, continuei a viajar, mantive-me nos meus grupos de oração e de formação religiosa e aqui estou eu, ao computador, não tanto para dar o testemunho de que o cancro é, muitas vezes, uma doença crónica com a qual se pode viver e frequentemente curável, mas para reconhecer, com muita gratidão, que o tempo de Deus não é o nosso tempo. Ele virá, quando for da Sua Vontade, mas sem que eu faça a menor ideia do quando ou do como.
Entretanto, todos os dias Lhe agradeço o dom da vida, procurando corresponder aos Seus planos, planos de Pai clemente e compassivo, sempre ao nosso lado para nos ajudar.