Nunca pensei que os "olhos do meu coração, no dizer de S. Paulo, revelassem pormenores por mim julgados completamente esquecidos...
Quinta-feira, 22.12.11

                      Meus queridos netos

 

             É de novo Natal, e embora ainda com muitas limitações, sei que o Menino Jesus me dará a Sua mão. Já o fez para eu montar o meu presépio e, também, o resumo da Sua vida, na mesa de centro da minha sala, onde já iluminou o Advento. O que tem uma explicação, não me atrevo a dizer milagrosa, mas na realidade muito inesperada.

 

            Andando eu, junto da minha Igreja, em busca de alguma prenda simples e útil para o meu marido, eis que se me depara, numa montra, enorme variedade de presépios de todos os tamanhos e feitos dos materiais mais inesperados.

 

            Ora, eu que já fui coleccionadora de presépios (devo ter cerca de trezentos de diferentes partes do mundo, mas agora só muito excecionalmente compro ou recebo de oferta mais algum), fixei os olhos na montra e fiquei extasiada perante um Menino Jesus, perfeitíssimo e que parecia olhar-me, só a mim, da sua almofadinha vermelha, toda enfeitada de doirados.

 

            Eu sempre quisera um Menino Jesus assim, e agora, vê-Lo ali a pedir que O aceitasse em minha casa, Ele que não arranjou lugar em nenhuma hospedaria de Belém e aceitou nascer numa modesta manjedoura, tocou-me fundo o coração. Entrei, comprei-o e, ao chegar a casa, procurei um sítio adequado para o colocar: tirei os bibelots de cima da mesinha de centro da sala de visitas e ali o depus, com todo o carinho.

 

 

            Mas logo me pareceu tão desamparado, que recorri à Sua ajuda para me dar uma ideia. Foi então que me lembrei de que a melhor companhia seria um artístico e grande exemplar da Bíblia, encadernada de branco e com o título em dourado, onde toda a Sua Vida nos é revelada. Depois pensei nos profetas, mas tinha apenas um Moisés, de mármore.

 

 Bem: Moisés foi um eleito de Deus, depositário dos Seus Mandamentos e, portanto, precursor do Menino. Este ficou então no enquadramento sagrado que merecia. Mas, de repente, o meu olhar foi atraído por uma cópia da Pietà, comprada no Vaticano, juntamente com Moisés. E penso: claro, o anúncio da vinda do Messias, o seu nascimento em Belém e, cumprida a Sua missão na Terra, o colo de Sua Mãe a recebê-Lo, ao ser descido da Cruz, uma jarra de flores e uma linda vela a rematarem o conjunto… está visto: só pode ter sido a ajuda do Menino Jesus.

 

                                    Lisboa, 22 de Dezembro de 2011

                                           Clementina Relvas

publicado por clay às 09:28 | link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito
Segunda-feira, 19.12.11

Em Inglês, em Português,

seja em que língua for,

a Bíblia é a Palavra,

o próprio Salvador.

 

Quer nas Tábuas da Lei,

entregues a Moisés,

quer nos Dez Mandamentos,

as marcas dos Seus pés,

 

tal como anunciado,

Jesus nasceu. Viveu

e, para nos salvar,

inocente,  morreu.

 

Morreu crucificado,

abrindo ao Mundo as mãos

e, nos braços da Mãe,

fez de nós Seus irmãos.

 

Lisboa, 19 de Dezembro de 2011

 

Clementina Relvas

publicado por clay às 18:42 | link do post | comentar | favorito
Quarta-feira, 14.12.11

   

 

O meu presépio de há tantos anos,

já viu crescer meus filhos e meus netos

viu tantas alegrias e tristezas

sempre fonte de luz, fonte de afetos.

 

A venerar a Virgem, São José,

e o Menino, centro do seu mundo.

vieram,  com presentes, os Reis Magos

e os que sentiram esse dom profundo.

 

Pastores em toda a sua singeleza

com o pouco que tinham para dar

e uma lição que aprendi para a vida:

amar a Deus é saber partilhar.

 

No meu presépio, minhas, só as flores

e a estrela que enche a casa de brilhos.

Seja a fonte de luz, fonte de afetos

a abençoar os meus netos e filhos.

 

            Lisboa, 14 de Dezembro de 2011

 

                   Clementina Relvas

 

 

publicado por clay às 23:53 | link do post | comentar | favorito

                      

            Há mais de um ano que quase não saía à rua, sempre acompanhada e em sofrimento.

 

            Tinha caído, em casa, sem tropeçar, sem escorregar, encostada a um guarda fato, despenhando-me sobre os pés, como velha parede corroída pelo tempo, pelo mau tempo. foi no princípio de Novembro e como, apesar de não ter sofrido lesões externas, eram tantas as dores que passei mais de dois meses na cama, sem quase me poder mexer, por pouco que fosse.

 

            Não pude ir, como sempre fiz, participar na Igreja das cerimónias natalícias, tendo de me contentar, não sem grandes esforços, a assistir às transmissões da Televisão não me apetecia ler, ver Televisão, ouvir música.

 

            Hoje aqui estou de novo, de novo Natal.

 

 

publicado por clay às 23:38 | link do post | comentar | favorito
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