Eu sou um peregrino neste mundo
cheio de escolhos, onde me puseste.
Afasta-me do mal, guia meus passos,
Preserva em mim a Graça que me deste.
Tu és a minha luz e a minha salvação
seja também, Senhor, Tua vontade
que eu não me perca na escuridão
do Mal, caminhe sempre na verdade.
Não devia ter capa nem bornal,
não ter sandálias e que a minha espada
fosse a certeza de que vais comigo
e nunca me sentisse abandonada.
Mas não. Vou carregada de mil coisas
todas inúteis, tão esmagadoras
que a viagem já vai chegando ao fim
e eu vejo, fúteis, escorrer as horas.
É verdade que feri os meus pés,
apesar das sandálias que calçava;
que passei fome e sede mas de Ti
por cada vez que de Ti me afastava.
E agora, no caminho que me resta,
estende-me, Senhor, a Tua mão,
pega-me ao colo, se eu não for capaz
de Te seguir, na peregrinação.
Clementina Relvas