Quero lavar os olhos de tanta guerra
de tanta pornografia
- política ou outra –
de tanto egoísmo,
de tanta incoerência,
de tanta insensibilidade.
Mas deixem ficar nos meus olhos
os ghettos onde se morre de todas as fomes,
os jovens despojados dos seus sonhos
trocados por sonhos artificiais,
os velhos abandonados
ou sentidos como um fardo,
os casais jovens que só podem ter um filho.
Por falta de meios,
por falta de tempo
ou por falta de espaço.
Deixem-nos ficar nos meus olhos,
para eu não poder recusar
a minha parte de culpa.
Memorial da Emigração Portuguesa em França
Da autoria do escultor português Rui Chafes, a obra intitulada «Venho de ti/ Je viens de toi» está instalada no Parque du Plateau de Champigny-sur-Marne, localidade nos arredores de Paris onde entre 1956 e 1974 milhares de portugueses se instalaram em barracas criando um dos maiores bairros de lata de França.
Construído na totalidade com o apoio de bancos e de empresas portuguesas, o monumento materializa-se numa escultura em ferro com mais de seis metros de altura. Em declarações à Agência France Press, o escultor Rui Chafres explicou que o monumento é “como uma flor selvagem, com as raízes a saírem directamente do solo onde se encontrava o «bidonville»”.
Entre 1956 e 1974, cerca de 15 mil portugueses instalaram-se em Champigny-sur-Marne, em terrenos que tinham sido destinados pela Estado francês a grandes projectos imobiliários que demoraram a realizar-se. O local transformou-se num «bidonville», um dos maiores «bairros de lata» de França.
Construído na totalidade com o apoio de bancos e de empresas portuguesas, o monumento materializa-se numa escultura em ferro com mais de seis metros de altura. Em declarações à Agência France Press, o escultor Rui Chafres explicou que o monumento é “como uma flor selvagem, com as raízes a saírem directamente do solo onde se encontrava o «bidonville»”.
Entre 1956 e 1974, cerca de 15 mil portugueses instalaram-se em Champigny-sur-Marne, em terrenos que tinham sido destinados pela Estado francês a grandes projectos imobiliários que demoraram a realizar-se. O local transformou-se num «bidonville», um dos maiores «bairros de lata» de França.