As palmas de palmeira que Te aclamam, | |||
são tantas, ó Senhor, que Tu mal vês | |||
este pequeno ramo em minha mão, | |||
modesto, meio-murcho, mas erguido | |||
no mesmo ardor de toda a multidão. | |||
Montado no burrinho que pediste, | |||
humilde mas sem mancha, inocente, | |||
foi assim que quiseste dar entrada, | |||
entre as crianças que Te saudavam, | |||
numa Jerusalém, apinhada de gente. | |||
E todos depuseram suas capas | |||
no chão que Tu havias de pisar. | |||
“Salve, salve, Filho de David!” | |||
Tu eras Deus e ninguém se atrevia | |||
por ousado que fosse, a duvidar. | |||
Uma semana só, só quatro dias | |||
Te separavam da Tua Paixão. | |||
Bem o sabias Tu, e a própria dor | |||
de saber que ias ser crucificado | |||
não anularam o Teu grande amor. | |||
«Salve, salve ó filho de David!» | |||
Obrigada, Senhor! | |||
Lisboa, 17-03-08 | |||
Clementina Relvas |